Uma pesquisa realizada pela FIA com mais de 180 mil pessoas revelou que essas pessoas são também as mais estáveis e valorizam remuneração e benefícios
Um levantamento da FIA com mais de 180 mil profissionais e 300 empresas mostrou que profissionais com 50 anos ou mais são o grupo mais satisfeito com a empresa em que trabalham. Isso inclui indicadores como reconhecimento, liderança e comprometimento com a pauta ESG. A faixa etária menos satisfeita é a dos profissionais entre 18 e 22 anos. Entre todos os participantes da pesquisa, 10% eram profissionais com 50 anos ou mais. Segundo Lina Nakata, uma das pesquisadoras responsáveis pela análise, “a maturidade promove outro olhar sobre a organização em que estão”.
O levantamento da FIA mostrou que os profissionais mais maduros costumam estar em cargos de gestão e, portanto, receber salários mais elevados. Entre os participantes da pesquisa que fazem parte do C-Level (diretoria ou presidência), o que corresponde a 1.090 pessoas entre as 188 mil, 374 têm mais de 50 anos. A diferença na satisfação com a empresa não está apenas relacionada à diferença de gerações, mas também às posições ocupadas e à remuneração recebida.
Um dado interessante é que 21% dos profissionais com 50 anos ou mais ficam na empresa por causa dos salários e benefícios, enquanto apenas 16% dos jovens com até 23 anos seguem na empresa pelo mesmo motivo. Isso pode indicar que os profissionais mais velhos dependem mais dos ganhos e benefícios do trabalho do que os jovens, que geralmente têm menos compromissos financeiros, como escola dos filhos e financiamento de bens. Outra possível interpretação é que a satisfação com a empresa está diretamente ligada à remuneração e benefícios recebidos.
De maneira geral, os salários e benefícios são o quarto motivo mais importante para os profissionais ficarem em uma empresa. O primeiro motivo é o crescimento pessoal, apontado por 38% dos participantes da pesquisa, seguido pelo aprendizado e desenvolvimento, escolhido por 36% das pessoas. Segundo Lina Nakata, uma das pesquisadoras responsáveis pela análise, “desenvolvimento de carreira e remuneração são os itens que mais se destacam entre todos os grupos e são classificados como fatores que mais envolvem senso de justiça”.
Eles também são mais tolerantes
De acordo com a pesquisa da FIA, o propósito, muito valorizado pela geração Z como um fator de atração para trabalhar em uma empresa, é visto de maneira diferente pelas diferentes gerações. Segundo Lina Nakata, uma das pesquisadoras responsáveis pela análise, “os mais velhos também ficam na empresa pelos valores dela, mas eles significam coisas diferentes”. Isso indica que, enquanto a geração Z pode valorizar o propósito de uma empresa de maneira mais abstrata, os profissionais mais maduros podem ligar esse propósito a valores mais concretos e específicos.
Os profissionais mais maduros têm maior estabilidade e perspectiva de permanência na empresa atual. Enquanto 3% das pessoas com até 39 anos de idade, mesmo em empresas de boa reputação, estão procurando outro lugar para trabalhar, apenas 1% dos funcionários com 50 anos ou mais estão em busca de outras oportunidades. Isso pode indicar que os profissionais mais velhos têm maior estabilidade e menos propensão a mudar de empresa, mesmo em empresas de ótima reputação.
