Uma pesquisa aponta que muitos profissionais no Brasil estão insatisfeitos com seus salários e as condições de trabalho

A pesquisa revelou que trabalhadores brasileiros recebem salários inferiores ao piso salarial e cumprem uma carga horária maior do que a acordada

Um estudo conduzido em conjunto pela plataforma Empregos.com.br e pela Universidade de Brasília (UnB) revelou que os profissionais brasileiros estão enfrentando insatisfação em suas carreiras. O estudo foi realizado com a participação de 257 trabalhadores de todo o país e abordou três aspectos principais: salário, horas de trabalho e trabalho remoto.

Na primeira fase da pesquisa, os participantes foram questionados se seus salários atendem ao piso salarial de suas funções. Mais da metade dos entrevistados, ou seja, 51,8%, afirmaram que recebem uma remuneração inferior ao piso estabelecido. Apenas 33,1% responderam que seus salários correspondem ao piso.

Além disso, 44,7% dos profissionais entrevistados afirmaram que não concordam com a equivalência salarial entre eles e seus colegas que exercem a mesma função, independentemente do gênero.

Em relação à adequação da remuneração mensal, 42,1% dos entrevistados consideram que o salário não é suficiente para suprir as necessidades básicas de alimentação de suas famílias. Além disso, 60,7% discordaram da possibilidade de arcar com atividades culturais, como ir ao cinema, enquanto 70,4% afirmaram que não conseguem pagar pelos custos necessários para manter a saúde física e mental. Apenas 29% dos profissionais entrevistados têm plano de saúde, enquanto 57% não contam com esse benefício.

Esses resultados indicam que os profissionais brasileiros estão enfrentando desafios financeiros significativos, o que pode afetar sua satisfação e bem-estar no trabalho. É importante que empregadores e formuladores de políticas levem em consideração essas questões e trabalhem para encontrar soluções para melhorar as condições salariais e de trabalho dos trabalhadores brasileiros.

Em relação às suas jornadas de trabalho, os profissionais também apresentaram preocupações significativas. Com base na pesquisa, 38,6% dos participantes afirmaram que não estão satisfeitos com sua carga horária de trabalho, a qual não é adequada às 44 horas semanais determinadas. Além disso, 43% dos profissionais afirmaram trabalhar mais horas do que as que constam em seus contratos, enquanto 42,6% afirmam que sua jornada está dentro dos padrões combinados no contrato.

Os profissionais que trabalham em regime de home office (trabalho remoto) também são afetados pelo trabalho extra. De acordo com o estudo, 49,4% dos entrevistados disseram trabalhar fora do horário comercial para conseguir terminar suas atividades, enquanto 47,5% relatam que chefes ou colegas entram em contato fora do horário de trabalho. Adicionalmente, 45,1% dos entrevistados afirmam que trabalham mais horas em casa do que no trabalho presencial. Em relação à flexibilidade, somente 36,7% relatam ter liberdade para definir suas horas de trabalho.

Esses resultados apontam para a necessidade de atenção por parte dos empregadores em relação à carga de trabalho de seus funcionários, especialmente na era do trabalho remoto, em que muitos profissionais têm dificuldade em estabelecer limites claros entre vida pessoal e profissional. É fundamental que as empresas encontrem maneiras de promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal para seus funcionários.

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